quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Salto São Jorge - PG

Por: Andrey "Monstro"

Oito da manhã. Marcão e Play já estão sentados na garagem de casa. Com o tempo nublado e uma previsão nada promissora, colocamos o carro na estrada rumo a Ponta Grossa. Na estrada, o tempo segue melhorando a medida que nos afastamos de Curitiba. Entramos pelo acesso não pavimentado e ao chegarmos novamente no asfalto, optamos por seguir para o Salto São Jorge.





Ah o Salto São Jorge! Incrível o que a natureza fez por ali! Mas ao mesmo tempo é triste ver o que o homem já conseguiu destruir! E apesar de uma intervenção que o IAP ameaçou fazer, a degradação e o desrespeito continuam os mesmos. O que ainda "salva" o lugar é que os motoqueiros e os boys com o som do carro no último, normalmente são barrigudos ou estão bêbados o suficiente para que não desçam a trilha da cachoeira. Desta forma, o lugar ainda tem uma certa tranquilidade quando nos afastamos do estacionamento.

Começamos a escalada entrando na “Paleolítico 7b” e depois “Voyage 8a”. Depois de um êxtase de adrenalina no teto e emoção garantida na escalada, seguimos para “Hemp Dusty 8a” e ali experimentamos a emoção de terminar a escalada seguidos por marimbondos vermelhos. Para finalizar, Play e Marcão ainda entraram na “Fissura da Jararaca 7b????” e puderam comprovar que o grau que está no croqui nem sempre é proporcional a força que você vai ter que fazer na via!

No retorno para casa, uma coluna de nuvens negras, que iniciava logo depois de São Luis do Purunã e encobria Curitiba, contrastava com o céu azul e sem nuvens que ficava para trás no sentido Ponta Grossa.

Dia de escalada incrível!

A escalada do dia teve:

Rafael "Playba" - Hemp Dusty
Marcos "Marcão" - Paleolítico, Voyage (sacando) e Hemp Dusty
Andrey "Monstro" - Paleolítico (onsight), Voyage (flash) e Hemp Dusty

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Antes tarde ....

... do que nunca.

Vídeozinho editado com fotos e momentos da Climb Trip na Espanha no ano passado.
Resumindo o lugar é alucinante! Muita rocha! Muita escalada! E o país inteiro respira o esporte!
Dos lugares que fomos posso dizer:

- RODELLAR: O conselho para quem vai é treinar muito chorreiras! É incrível como o estilo de escalada é diferente do que temos aqui no Brasil. Sofrido, até pegar o jeito é espanco atrás de espanco! Outro conselho é ficar pelo menos 3 semanas lá. Pelo menos para mim e para outros muitos mais que estavam lá na mesma época, esse foi o tempo que levou para se adaptar e poder começar a almejar kdenas mais fortes. Ah, e não estranhe se alguma agarra girar na sua mão....
- RIGLOS: Incrível! Fizemos somente uma via lá, e é indescritível escalar 300 metros de parede se segurando em seixos que estavam 90% para fora da parede! Conglomerado sinistro! E é de se tirar o chapéu para quem abriu aquelas vias!
- MARGALEF: Tem chorreiras, mas o que mais se encontra são bidedos, monos, regletes. Achei a adaptação mais fácil, e como ficamos uma semana apenas, a ideia foi de escalar 6 dias seguidos, em média 6 vias por dia. Se aqui no Brasil tiver algum repelente para moscas, é bom levar. Se conseguir leve uma daquelas raquetes que dão choque nos insetos, vai se divertir por lá....


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vídeo da escalada do Salto Angel.

Galera raçuda!

Vídeos: Ferradura e Buraco.

Salsa e Merengue 9a (br)
Fácil fácil esse é o nono grau mais alucinante que já mandei no arenito paranaense (tá, não foram muitos, mas esses poucos foram bacanas)!
Via incrível! Do começo ao fim! Vários movimentos específicos, apenas um descanso e uma seqüência que bomba o escalador, e para melhorar ainda mais, no final desta seqüência tem o último crux com uma costurada tensa, com a parede da via ‘Chocolate com Pimenta’ literalmente “lambendo” as suas costas!!!!
Ali tem que escolher entre escalar a via de capacete para ficar mais tranqüilo, ou se ver que vai cair optar entre esticar a perna e partir para a “chaminé” ou se encolher todo e cair livre no corredor, hehehehehehe.
Essa eu recomendo!!!



Buraco do Padre
Vídeo da galera escalando no setor Macarrão 2, ou setor ‘de trás’ do Macarrão. Diferente do setor da frente mas extremamente divertido! Vias longas (algumas beirando os 30 metros), a maioria sétimos de pura diversão! Vias mais curtas porém mais pesadas, como oitavos, nonos e um décimo!
E para melhorar ainda mais esse é o lugar que salva naqueles mais do que constantes dias chuvosos de Curitiba. Dependendo da intensidade da chuva dá para escalar nos dois setores tranquilamente, mas se a coisa desandar pra valer, o setor da frente proporciona escalada em praticamente todas as suas vias! Já escalamos lá debaixo de tempestade com raios, trovões e as árvores se dobrando com a força do vento! E o máximo que aconteceu foi ter que desviar da água que escorria próxima da base das vias! Pena que em alguns desses dias eu ainda não tinha a filmadora, senão ficaria muito bacana a filmagem da galera escalando naquelas condições climáticas!

Previsão do Tempo para Curita neste fim de semana.



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vídeos !!!

Alguns vídeos que assisti nos últimos dias e achei bacana:


Efeito interessante, posicione o navegador na parte inferior do vídeo e vá acompanhando o escalador.

The Dump - Unwritten Law from Far From Home Productions on Vimeo.


Ótimo para quem tem fobia de lugares apertados.

Into Darkness Trailer from Uncage the Soul Productions on Vimeo.


O famoso 'perrengue'.

COLD - TRAILER from Kendal Mountain Festival on Vimeo.


Para quem reclama de escalar no frio.

Towers of the Ennedi from Camp 4 Collective on Vimeo.


Delícia de virada.

Weapon Omega - Flock Hill from derek thatcher on Vimeo.


Lesão Polia A2

*** Antes de mais nada, se não aguenta fotos mais 'fortes' nem corra este assunto para baixo, e também não clique em nenhum dos links.

Escalador esportivo sempre está sujeito à lesões, tanto escalando na rocha quanto na academia. Pode ser durante uma brincadeira ou durante um treino sério.
É fato que uma das agarras que mais causa lesões é o nosso querido reglete. Principalmente os de resina! Por sinal, é muito mais fácil e comum se lesionar na academia do que na rocha.
Claro, os monos e bi-dedos também gostam de deixar o escalador de molho por um tempo.
Achei algumas matérias à respeito destas lesões e para não fazer um remendo com partes de cada uma delas, aí vão os links:


Para evitar essas lesões é importantíssimo alongar e aquecer bem antes de sair mordendo a regleteira 'a muerte'!
Importante não se deixar levar pelos outros e fazer o alongamento completo e BEM FEITO!
Tem gente que nasceu forte e não precisa nada dessas coisas de se alongar, se aquecer, chega na academia tira a camiseta e já sai se pendurando no boulder mais tenso da parede e nunca (ou quase nunca) vai se lesionar.
Mas, se você é como eu que bobeu já tem que partir para os anti-inflamatórios e deixar os dedos de molho na bacia com gelo, AQUEÇA! ALONGUE!
E, para evitar ou para ajudar na recuperação, aí vai uma dica de como esparadrapar corretamente os dedos:



É bom cuidar, por que se bobear ....................

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Corupá

03/09/2011

Neste último sábado fomos (Eu, Princeps e Pagodeiro Diego) escalar em Corupá e o dia estava fantástico! Tempo aberto, sol, temperatura agradável e a rocha colando! Bem diferente da primeira e única vez que havia estado lá que em menos de 10 minutos a rocha saiu do estado “colando” para o estado “suando” e fez com que escorresse água por toda a parede!
Como relatei no post anterior estou vindo de um longo período na salmora, e qualquer tipo de escalada se tornou bem doloroso além de que o bloc e a resista ainda estão no ritmo baiano.
Mesmo assim ainda rolou uma diversão. Entrei na “Anônimo 6 sup” e fui surpreendido, depois ensacolei a “Os Excluídos 8a” que recomendo, vi meus braços pedirem arrego na “Abonai 8b” que é bem bacana também, e acabei de vez com o dia na “Boca Mordendo 9a/b” que já entrei apenas com a idéia de tirar os movs para a próxima ida tentar a kdena.
Princeps viu os braços tijolarem na “Processo Anabólico 7b”, experimentou a “Abonai” e depois terminou o dia tirando os movs da longuíssima “Seixo-no-ia 9c”. Essa pretendo entrar na próxima vez, só para curtir o tamanho da parede!
Diego ensacolou também a “Processo Anabólico”, “Os Excluídos”, e fechou o dia decorando os movs da “Boca Mordendo”, além é claro de ter proporcionado umas cenas um tanto quanto inusitadas durante a escalada.

**** Importante levar repelente! A mosquitarada ta indo pra cima sem dó!

Vídeozinho do dia de climb:




Croquis dos setores:

Cachoeira Braço Esquerdo

Vale Perdido

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Férias

Mudando um pouco o propósito das últimas férias, dessa vez fui deixar as mãos de molho na salmora e pegar um sol na tentativa de tirar um pouco a cor amarelada, e aumentar o nível de vitamina D no corpo, já que a Rain City não colabora muito com isso.
Depois de ver os calos servindo de comida para os peixes e crustáceos tive o prazer de conhecer um pouco da Chapada Diamantina. Lugar INCRÍVEL! Simplesmente fantástico!
Foram apenas 3 dias lá, e voltei com a vontade de ir e ficar pelo menos uns 30 dias escalando e caminhando por aqueles lados.
Só passar com o carro pelas BR-242 conferindo os tepuis imponentes para todos os lados já é algo que vale muito a pena.
Como o tempo era curto fomos direto em alguns pontos:

Poço azul
É difícil acreditar que aquele lugar existe no meio do cerrado!
O Poço Azul está no município de Itaetê (BA), mas você pode se localizar seguindo as placas para Andaraí. Pega-se então a BA-142 e roda cerca de 22 km até chegar no entroncamento para Itaetê, onde vai rodar uns 19 km de estrada asfaltada. Bem, na verdade do asfalto sobrou apenas as divisões entre um buraco e outro! Acho que uma estrada de terra ali seria muito melhor do que aquele asfalto do jeito que está hoje. Depois mais 4 km de estrada de terra e chega-se na propriedade de Miguel Mota. O poço encontra-se dentro de uma propriedade particular, e o acesso à ele só é permitido com a presença de guias e após você tomar uma ducha para tirar cremes, protetores solar, hidratantes e demais substâncias que possam impactar quando o turista mergulhar no poço. O mergulho é apenas o de superfície, com coletes salva-vidas. É cobrado o valor de R$ 10,00 por visitante, e neste está incluso o uso dos equipamentos (colete, máscara e snorkel) assim como o acompanhamento do guia.
A dica é visitar o poço entre Abril e Setembro, que são os meses em que o sol se alinha com uma fenda e causa feixes de luz azul no poço, que vão desde a superfície até o fundo, além de se refletirem no teto da gruta. A luz azul é efeito dos raios solares com os vários minerais que a água contém, principalmente o magnésio.
Estivemos lá no dia 21/Agosto, e exatamente entre as 12:50h até 13:07h o show aconteceu!
Então programe-se para acertar o dia e horário da visita.
Vale ressaltar que a parte mais profunda do poço tem 21 metros, e da superfície com máscara de mergulho você consegue enxergar perfeitamente o seu fundo.



Morro do Pai Inácio
Encontra-se no município de Palmeiras cerca de 22 quilômetros do centro de Lençóis.
Ele está a 1.120 metros de altitude e o seu acesso é feito parte por carro (estrada boa, qualquer tipo de automóvel chega lá) e o restante caminhando uns 300 metros de trilha bem tranqüila.
A vista de 360° da Chapada impressiona! Para qualquer lugar que você olhar os tepuis estarão lá enfeitando a paisagem.
A versão que escutamos do nome do morro é de que um escravo chamado Inácio se apaixonou pela esposa (ou filha, não lembro) de um coronel, que ao descobrir o romance enviou pistoleiros para matá-lo. Inácio encurralado no alto do morro correu e se atirou do penhasco segurando apenas a sombrinha da esposa/filha do coronel, caindo em um platô e se escondendo em uma fenda. Os pistoleiros não mais conseguiram ver Inácio e o deram como morto. Dizem que muitos viram Inácio fugindo por entre os vales e depois nunca mais voltou.

 Pena que tanto na ida quanto na volta passamos no mesmo horário,
um horário ruim para fotos.

Vista de cima do Pai Inácio

Difícil decidir para que lado olhar

Cachoeira da Fumaça
Fica no Vale do Capão, e é só perguntar lá que informam onde fica o início da trilha. Fizemos ela em 01h e 45m, caminhando bem tranquilamente. No começo a subida pega um pouco, mas a maior parte da caminhada é no terreno plaino.
Existe uma caminhada de 2 à 3 dias feita pelos vales que leva até a base da cachoeira. O visual deve ser incrível.
São aproximadamente 380 metros de queda d’água! No dia em que fomos o nível do rio não estava muito alto, e em vários momentos a água da queda não chegava ao seu final e era trazida para cima pelo vento, formando uma garoa no alto da cachoeira. Visual impressionante, vale muito a pena conhecer. No caminho normalmente tem vendedores oferecendo pastel, refrigerante, água, caldo de cana, etc. A dica é comer um pastel de palmito de jaca e tomar um caldo de cana gelado no final da caminhada da volta. Aonde o carro é estacionado existem algumas lanchonetes.



Onde está Wally? 


Lençóis
Tá aí um lugar onde dá para passar vários dias, semanas, meses sem enjoar!
Cidadezinha muito bacana, com o Rio Serrano formando quedas d’água e poços para tomar banho o ano todo!
Existem várias opções gastronômicas e o centrinho é bem agradável.
E aí sim, foi onde escalamos um dia inteiro, experimentando o conglomerado multi-colorido do local.
Como estava sem ritmo, e sem calos, experimentei algumas vias mais tranqüilas, e dentre delas destaco a “Boca de Escopeta 7c” no bloco Diamante! Dizem que é clássica do lugar! Se você foi a Lençóis e não escalou esta via, então você não escalou em Lençóis! Via linda, com visual alucinante.
A maioria dos blocos estão ou na beira do rio, ou no meio. Existem muitas vias, e também muitos blocos afastados do rio.
Único inconveniente é que sem alguém que conheça o lugar você pode rodar muito nas trilhas até encontrar os blocos e vai acabar entrando nas vias sem saber o grau delas.
Como em Lençóis o turismo é extremamente explorado (basta contar a quantidade de empresas de turismo de aventura na rua principal do centrinho) qualquer dica que você precisar terá que pagar para consegui-la.
Impressionante o tamanho dos morros formados de seixos que os garimpeiros retiravam dos blocos à procura de diamantes!!!

Morrão

Rio Serrano com seus poços e a cidadezinha de Lençóis ao fundo.

Cansou de escalar? Tem os poços para zerar os braços!

Àvistando "Boca de Escopeta" 7c (br).

Sofrendo com a falta de bloc e resista na incrível
"Corisco" 8c (br).

Já sem os calos na "Rei do Cangaço" 7a (br).

Para quem não sabe como os grampos aparecem na parede,
aí está um filhote, recém-nascido.

Mais incrível é escalar com esse visual do lado,
na parede do lado direito tem várias vias.


Agradecimentos especiais ao nosso guia Adilson "Lindemberg" Otto!!!