Devido aos vários compromissos nos fins de semana próximos decidimos conhecer Ortigueira e suas vias tão bem faladas pelos que já se penduraram por lá!
A ideia inicial era de acordar as 04:00h no sábado, mas graças ao Acetilcisteína fui acordar por milagre com uma mensagem as 05:00h! Dae já viu! Correria, tremedeira tentando fazer duas, três coisas ao mesmo tempo, e o carro mostrando que tem potência para no final ter um saldo negativo de apenas 30 minutos!
Princeps já estava no aguardo, tranqueiras pra dentro e bóra pra casa do Monstro.
Chegando lá o bicho já estava na expectativa também! Joga tudo pra dentro e pé na estrada!
De Curitiba até Ortigueira a estrada é boa, porém com vários pontos de pista simples, o que incomoda quando pega um caminhão ou algo parecido, dae da-lhe paciência até fazer a ultrapassagem.
Em Ortigueira tomamos o segundo café da manhã em uma padoca no que parecia ser o centrinho da cidade. Quem não levar rango não se preocupe que lá tem um supermercado também.
Dali fomos ao que realmente interessava, a Serra Pelada!
Nos guiamos somente pelo mapa que saiu no último Jornal da Montanha. O mapa funcionou corretamente, apenas acrescento que bem na vila dos índios existe uma bifurcação e deve-se pegar à direita! As duas estradas estão no mesmo estado de conservação, o que pode acabar gerando dúvidas. Na sorte escolhemos a direção correta.
A estrada é boa, com alguns poucos pontos onde deve-se desviar de uma pedra aqui, outra ali, diminuir bem a velocidade, mas na sua maioria vai bem de boa.
Já de longe a serra começa a aparecer, um pouco ali atrás de uma plantação de eucaliptos mas logo desaparece, depois na passagem de um vale para outro, até que finalmente ela se mostra presente e a paisagem impressiona!
É realmente estranho ver aquilo ali, que se diferencia de todo o resto da paisagem que passamos e que há pela frente!
E como se não bastassem as paredes, do outro lado do vale existe uma cachoeira com duas quedas, uma que parece ser um imenso tobogã e outra logo depois que forma uma queda no vazio.
Existe acesso à esta cachoeira. Quando chegar na primeira porteira da propriedade do Seu Osires, siga beirando a cerca para a esquerda, indo em direção à cachoeira. Quando acabar a cerca começa uma trilha bem visível.
Cuidado na hora de pular um pequeno córrego! As margens são de lama bem 'atolável'! Certo Princeps?!
Chegamos na propriedade do Seu Osires por volta das 10:00h, trocamos uma ideia com ele, pedimos permissão para escalar e acampar em sua fazenda, e depois de acharmos um lugar para deixar o carro fomos identificar as vias.
Pelo croqui que está no jornal fica bem tranquilo de localizar as vias. A ideia inicial era de fazer duas vias no sábado e tentar escalar algo no domingo.
Porém, como chegamos um pouco depois do pretendido, focamos a escalada de sábado em uma única via, e escolhemos a Suindara, 5 cordadas, mista, 150 mts.
Escalamos em 3 cabeças. Um guiava e os outros dois escalavam em simultâneo, com uns 10 metros de distância entre um e outro.
Na primeira parada fiz uma maçaroca com as duas cordas! Falta de experiência com esse tipo de escalada, mas nas outras conseguimos aperfeiçoar a técnica e ficou muito mais agilizado.
Na primeira parada fiz uma maçaroca com as duas cordas! Falta de experiência com esse tipo de escalada, mas nas outras conseguimos aperfeiçoar a técnica e ficou muito mais agilizado.
Guiei a primeira, cerca de 20 e tantos metros toda protegida por chapeletas, acredito que seja um 6xto grau.
Monstro guiou a segunda, também 20 e tantos metros toda chapeleteada. Essa é a cordada mais estética. Movimentação bacana. Acho que fica em 7a.
Olhando o croqui parti para a guiada da terceira. A informação que tinha era de 9 chapas mais a parada. Pois bem, aqui vai uma observação bem pertinente.
Apesar de ser um 6xto grau, leve equipamento móvel! As 9 chapas na verdade eram apenas 5 em mais de 20 metros de cordada!
Existe uma fenda boa para proteção que acompanha por quase toda a cordada. Acho que um jogo de camalots do .3 ao 1 e um jogo de nuts já é mais do que o suficiente.
Princeps tocou a quarta cordada. Apenas uma chapa e o resto tudo em móvel, protegendo em uma fenda com colocações 'a prova de bomba'!
E dae vem o gran finale! A quinta e última cordada!
E dae vem o gran finale! A quinta e última cordada!
Já louco para sair dali e tirar aquele sol tenso que castigava a cabeça, me candidatei de guiar a última.
Um pouco de escala em rocha protegendo em 3 chapeletas e o resto no melhor estilo "trep@ mato"! Depois da terceira chapa pegue para a esquerda! Por mais que não pareça ser por ali, vai na fé!
Como tem gente que gosta destas coisas não vou falar minha opinião a respeito dos 50% finais desta cordada. Cada um que vá lá e depois medite sobre o que achou.
Ah! E por mais que não pareça no final existe uma parada! Marque um ponto imaginário reto pra cima e kmon! Vai lá! Na garra e na coragem!
Afinal de contas, SÓ O CUME INTERESSA !!!!
Depois de alguns minutos contemplando a paisagem lá de cima, vendo o estrago nas canelas, e desembaraçando as duas cordas, montamos o rapel e vazamos de lá.
E 3 rapeladas com duas cordas (uma de 70 mts e outra de 60 mts) depois chegamos na base. Água, rango de leve, e bóra pro carro comer mais e montar acampamento.
A noite estava alucinante! Céu limpo! Estreladásso! Nenhuma única luz artificial pelas proximidades!
Agilizamos aquele rango básico e arregado e o clássico vinhote para dormir bem.
Monstro? Não, obrigado.
Monstro? Não, obrigado.
Fomos dormir com aquele céu incrível e acordamos com o vento sacudindo as barracas e o céu cinza!
As árvores nos cumes da serra se deitavam pela força do vento.
Agilizamos um café da manhã reforçado e mal terminamos de comer e começou a pingar.
Na correria desmontamos tudo e jogamos para dentro do carro. Já tínhamos conhecimento da previsão do tempo para o fim de semana, e a chuva de domingo estava realmente prevista.
Em virtude disto, já tínhamos também um plano B na manga para se isso acontecesse!
O que a galera de Curitiba faz quando quer escalar na rocha e está chovendo? BURACO!
Como estava no caminho, fomos lá fazer um volume e depois de 5 vias escaladas embaixo de uma chuva leve, voltamos pra casa.
Serra Pelada em Ortigueira, dá para resumir em uma palavra: INCRÍVEL !!!!!!
Além das vias que já foram abertas, o que chama atenção são as inúmeras possibilidades de abertura de novas vias!
Cabe muita coisa ainda ali!
Já prometemos um retorno para lá assim que o tempo se ajeitar e o inverno fizer a função dele de afugentar as chuvas!
Vídeo em breve.
